SINAPRO/PR – Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná

Uma nova consciência – por Humberto Mendes

Tem muita gente que desconhece o significado do vocábulo consciência. É claro que este não é caso do nosso leitor, mas ainda assim, tomo a liberdade de comentar um pouco daquilo que pensam os nossos grandes dicionaristas como o mestre Aurélio e outros: “a consciência é uma das mais importantes qualidades do ser humano, pois é ela que nos dá a capacidade de perceber, avaliar e medir os  aspectos fundamentais de nossa existência, como por exemplo fazer as nossas escolhas de uma forma que seja útil para nós mesmos e para toda a humanidade principalmente. A inconsciência é o contrário de tudo isso.

Jean Paul Sartre pontificava que “a vida é um permanente exercício de equilíbrio entre escolha e consequência” Esse pensamento do grande filosofo francês nós leva a entender que tudo o que acontecer de certo ou errado, de bom ou de ruim conosco, é consequência da escolha certa ou errada que fizemos ali atrás.

Refletindo bem sobre esse pensamento de Sartre, vamos concluir que ele abarca todos os aspectos de nossa vida, pessoal, profissional, espiritual  e  etcetera  e tal, pois tudo o que fazemos é movido pela consciência e liberdade de pensar e agir. Assim, é a consciência  que nos leva a escolher certo ou errado, por exemplo,  a família que queremos ter no futuro, os nossos amigos, o deputado que vai nos representar no Congresso, o Vereador que vai responder pelos feitos da cidade onde vivemos, o presidente da República que deveria ser uma espécie de diretor ou gerente de uma grande empresa e é claro que seria o maior responsável pela escolha de uma equipe de trabalho preparada para responder por todos os erros e acertos que ocorressem em sua gestão.

Poderíamos citar milhares de exemplos mas vamos nos  cingir a apenas alguns, como estes,  que permeiam o nosso dia a dia e que são a causa da maioria dos males que nos afetam a todos, porque quando esse dirigente não tem consciência e capacidade de perceber o que acontece à sua volta, os resultados de  suas escolhas erradas podem  ser fatais  para a grande empresa que aqui chamamos de país.

Michel Serres pensador francês  em seu olhar para o futuro dizia que estavam destruindo o mundo em vários sentidos e uma alternativa salvadora viria de  uma nova educação que daria para as novas gerações, uma nova consciência das necessidades de mudar as coisas.

E o que a propaganda tem a ver com isso?

A questão de consciência se aplica, repetimos,  a todas as atividades do ser humano e todo esse introito  tem como objetivo fazer uma  avaliação do futuro de nossa atividade a propaganda brasileira. Para tanto elencamos algumas perguntas que nem precisam ser respondidas, mas sim, refletidas  por todos nós que nela trabalhamos:

A – A quantas anda o negócio da propaganda no Brasil?

B – É possível recuperar a relevância que sempre tivemos?

C – Nós estamos cobrando um preço justo pelo trabalho que entregamos?

Julio Ribeiro dizia sempre: faça um trabalho sério, de qualidade e assim, cliente nenhum do mundo vai lhe pedir para rebaixar seu preço.

D – Alguma vez nós pensamos na importância do trabalho que fazemos para o nosso cliente e também, no valor  que esse  trabalho transfere para a nossa atividade. Foi o nosso bom trabalho: serio, ético, e acima de tudo profissional,  que nos fez respeitados até aqui.

E– Até quando vamos continuar correndo atrás de soluções que os políticos possam dar aos nossos problemas?  Será que percebemos que o nosso problema não é o mesmo deles?

Voltando um pouco ao filosofo Michel Serres, ele dizia: “o sistema politico não é determinante , pois os políticos, na sua maioria,  são ligados a setores econômicos que destroem o planeta…”

Ora esses setores econômicos só cuidam de seus interesses pecuniários. Vimos isso recentemente no lava jacto e noutros processos, de tão triste memória

Amigos se permitem gostaria de colocar uma pergunta:

Será que não está hora de pensarmos numa nova consciência sobre o que fazer para recuperar os valores que estamos perdendo?

O autor é vice-presidente executivo da Fenapro